Dessa maneira, almejar o sucesso profissional tem sido encarado como uma estratégia de realização pessoal e de garantia da independência financeira, o que assume relevância no contexto contemporâneo, já que, atualmente, os casamentos nem sempre são duradouros (Jablonski, 2010). A Figura 1 apresenta as 19 categorias, que correspondem aos motivos explicitados pelos cônjuges para a manutenção do casamento. Tais categorias estão dispostas por ordem de frequência de suas menções nas entrevistas. Como destacado no Método, as categorias mais mencionadas foram agrupadas em quatro eixos temáticos para posterior análise, segundo as similaridades entre as mesmas. A seguir, os eixos temáticos serão apresentados e discutidos.
Quanto mais diferenças um casal tem, mais difícil pode ser para o relacionamento dar certo. “Casais de origens distintas têm uma série de diferenças que precisam ser preenchidas. Eles precisam trabalhar mais para entender as diferenças e se amarem”, explica Streib. Boa tarde, o problema no relacionamento é a falta de confiança e o respeito, pois sem isso é complicado só Deus mesmo por nós, muitas vezes lutamos pelo casamento mais nunca é o suficiente, sempre a desconfiança bate a porta mesmo vc sendo uma dimples Dona de casa .
É lícito afirmar, a partir dessas considerações e da análise empreendida, que os casamentos duradouros reforçam a noção tradicional de família, esmaecendo as necessidades e potencialidades da conjugalidade. Esse compromisso, no entanto, não é denotado pelos participantes como algo negativo, mas sim como um indicador de responsabilidade e o destaque para a necessidade de que os casais encontrem formas mais adequadas de resolução de conflitos, por exemplo. Entre essas estratégias pode-se incluir o diálogo, o cuidado mútuo, a dedicação, a segurança emocional e a confiança, consideradas ferramentas importantes que favoreceram a manutenção do casamento. Entre as limitações deste estudo destaca-se que os participantes foram selecionados em cidades interioranas, reconhecidas como tradicionais em termos da manutenção de valores familiares.
Ana Canosa: “Fico sensibilizada que hoje exista um luto relacional, acho as relações afetivas muito gratificantes”
As pessoas são convidadas a buscarem cada vez mais a traduzirem suas metas, em termos de sucesso, dinheiro, amor ou felicidade (Neves, Dias, & Paravidini, 2013). Mesmo assim, as Estatísticas do Registro Civil de 2012 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], 2012) contabilizaram uma tendência de elevação da taxa de nupcialidade nos últimos dez anos. Um dos pilares que sustentam Casar em Barra Grande essas uniões duradouras é a crença de que não se pode romper um compromisso assumido diante da sociedade, da família de origem e da instituição religiosa. Esse interdito parece atravessar as demais motivações mencionadas. As características pessoais e relacionais, embora valorizadas, parecem estar submetidas ao jugo da explicação principal, ou seja, da responsabilidade e do compromisso.
Isso não significa isolamento, mas independência e maturidade. Se você chegou até aqui e ainda está se perguntando se isso vai dar certo, vale colocar na balança. “As pessoas precisam entender que, às vezes, você tentou o suficiente, mas continua brigando para diabo, o sexo segue péssimo, não fala com seu companheiro ou companheira. Melhor não esperar a relação chegar ao limite de uma forma que detone qualquer possibilidade de ser amigo e conviver com seu parceiro.
As falas dos entrevistados trazem indicações do vínculo conjugal, ou seja, da intimidade e parceria que sentem manter com o cônjuge, do amor que une o casal e do respeito mútuo entre os cônjuges, considerando questões emocionais, materiais e relacionais. Para Torres (2004), as mulheres e o amor seriam os protagonistas do século XX. As mulheres ultrapassaram os limites impostos socialmente pela dominação masculina e mostraram que estão dispostas a ir muito além da função materna a que foram limitadas. Já o amor foi considerado como condição necessária para a união conjugal, não somente para consagrar o seu início, mas também como elemento fundamental para sustentar o relacionamento ao longo do tempo. Essas transformações favoreceram a experiência da conjugalidade em diversas configurações, tornando o casamento tradicional mais uma possibilidade, entre tantas (Coutinho & Menandro, 2010). Consequentemente, a contemporaneidade reconhece diversas alternativas ao modelo tradicional de família, abarcando novos arranjos, por exemplo, com pais e mães trabalhando fora de casa como casais de dupla carreira, recasamentos, famílias monoparentais e homoafetivas.
Durante o casamento
Além disso, a idade é outra variável relevante para explicar o apego a uma visão convencional da realidade, pautada em valores consagrados em período anterior à turbulenta década de 1960. Por fim, a amostra ser homogênea em termos religiosos (cristãos), o que pode ter contribuído para a explicitação de motivos para a manutenção do casamento que extrapolam a relação a dois e a inserem em um contexto social e cultural mais amplo. O casamento adquire, assim, um sentido existencial, permitindo a materialização da relação com o sagrado por meio das boas ações, como cuidar do(a) companheiro(a), ser leal e tolerar as frustrações do cotidiano. A profissão de fé nos valores conservadores ajuda a solidificar a coesão do casal e propicia que os cônjuges se sintam conectados com a dimensão imaterial da vida. Isso não impediu que os participantes pudessem refletir sobre seus relacionamentos, expressando alguns aspectos da intimidade do casal. Foram incluídos como participantes casais heterossexuais em relacionamento estável (união civil ou união consensual) há pelo menos 30 anos e que coabitassem pelo mesmo período de tempo, em primeiras núpcias, que não se separaram ao longo do tempo de união conjugal e que tivessem pelo menos um filho.
Ficar no celular ou no computador o tempo todo pode ser perigoso, pois acabamos vivendo um mundo que o outro não tem acesso – o que pode afastar o casal. “Esteja presente, negocie momentos offline, conecte-se com o outro”, sugere Breno. Tudo bem dar uma fuçadinha no Instagram ou trocar mensagens com os amigos, mas a vida real deve ser prioridade. Uma das principais necessidades dos homens no casamento é a formação de uma conexão emocional profunda com suas parceiras. Essa conexão envolve a capacidade de compartilhar abertamente sentimentos e emoções, estabelecendo um espaço seguro e acolhedor para demonstrar vulnerabilidades. Um casal que deseja ser feliz não pode permitir que existam assuntos proibidos entre os dois.
O que a Bíblia diz sobre discussões no casamento?
Aqueles assuntos que ninguém fala porque tem receio que haja discussão. Normalmente esses assuntos são sinônimos de problemas por resolver e, como se falou no ponto dois, a felicidade do casal depende da forma como se lida com os problemas. São pequenos gestos que podem alegrar a vida de um casal logo no início do dia ou no final de um dia de trabalho. “A gente adquiriu uma família. A gente adquiriu um lar. Num é uma dificuldade, uma coisa que você vai, não. É importantíssimo, uai. Se acabar o casamento, acaba a sua vida” (Homem 6).